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quarta-feira, 7 de julho de 2010

OBJETOS HISTÓRICOS: UMA RELÍQUIA DE FAMÍLIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
CURSO SUPERIOR NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA – I SEMESTRE
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
MSC. JAQUELINE OLIVEIRA
ACADÊMICA: MARLUCE DE CARVALHO ALVES ARAÚJO




1. Objetos digitais históricos



Eu, Marluce de Carvalho Alves Araújo, brasileira, baiana, brumadense, em cumprimento à atividade proposta pela Msc. Jaqueline Oliveira, Unidade I – Meio 3: “Objetos digitais históricos”, farei a apresentação dos objetos coletados que pertencem à minha mãe, Sra. Eufrásia de Carvalho Alves, que autorizou-me a exposição de suas “lembranças de família”, bem como a descrição das mesmas. O relato de cada peça está de acordo com a interpretação histórica que ouvi da referida senhora.



1.2 Relógio



Pertenceu ao meu bisavô paterno, Sr. Dionísio Bispo Alves que antes de seu falecimento, presenteou seu filho Avelino Bispo Alves, meu avô. Após a sua morte, minha avó, Sra. Paulina de Oliveira Alves entregou o relógio ao meu pai para guardá-lo como recordação de sua família. Meu avô faleceu no dia 17 de maio de 1990, aos 92 (noventa e dois) anos de idade. Minha avó passou a residir com meus pais e viveu lúcida até seu último dia de vida aos 104 (cento e quatro anos).
Acreditamos que este relógio tenha mais de 100 (cem) anos de existência.



1.3 Lampião



Pertenceu ao meu bisavô materno, Sr. Manoel Ribas. Após o seu falecimento, minha avó, Ana Maria de Carvalho, levou consigo para Fazenda Mulungu onde residia com esposo e filhos.
Após o falecimento do seu esposo, Sr. Lupércio José de Carvalho, em 1992, minha avó Ana ficou aos cuidados de minha mãe até 07 de setembro de 2002, época de sua morte aos 98 (noventa e oito) anos de idade.
Segundo minha mãe, este lampião tem aproximadamente 150 (cento e cinqüenta anos).


1.4 Sopeira


Foi uma das peças do enxoval de minha bisavô materna, Sra. Delmira de Jesus.
Quando a minha avó Ana casou-se aos 22 anos de idade, levou consigo para a Fazenda Mulungu, pois tinha uma estima muito grande pela sopeira, e sua mãe a presenteou.
Após o seu falecimento, aos 98 (noventa e oito) anos de idade, estes objetos, “lembranças de família”, ficaram aos cuidados de minha mãe, Sra. Eufrásia de Carvalho Alves. Ela gosta muito da sopeira e afirma que tenha aproximadamente 150 (cento e cinqüenta) anos de existência.



2. Memorial



2.1 Avelino Bispo Alves, filho de Dionísio Bispo Alves e de Telícia Francisca Alves, nasceu em Lavras Diamantina, atualmente “Lençóis”.
Viveram em uma época de muitas dificuldades, segundo “depoimentos relatados por ele”, havia nos arredores os “revoltosos”, cangaceiros chefiados por jagunços muito temidos.
Ele, sua família e todos os habitantes das proximidades de Lençóis viviam apreensivos, temerosos e cativos, pois eram vigiados a todo o momento.
Por causa da “fome” provocada por um longo período de estiagem, ele, sua esposa e cinco filhos saíram a pé e foram se refugiar em um povoado cujo nome era “Porcos”, devido a grande criação de suínos. Este povoado cresceu, emancipou-se politicamente e recebeu o nome de Tanhaçu.
Criou seus filhos da forma que podia, pois faltava-lhe recursos para dar-lhes - estudos e conforto. Porém, ensinou-os a serem cidadãos de caráter, trabalhadores e cumpridores de seus deveres.
Faleceu em 17 de maio de 1990, aos 92 (noventa e dois) anos de idade, em Laços, Tanhaçu – Bahia, deixando como legado para toda a família, um bom exemplo de coragem, persistência, responsabilidade e respeito.

2.2 Ana Maria de Carvalho, filha de Manoel Ribas e Delmira Maria de Jesus, nasceu na Fazenda Varzante, município de Brumado – Bahia.
Sua família naquela época vivia bem financeiramente porque seu pai era “marchante e tropeiro”. Em suas andanças levava as tropas carregadas de toucinho e carne para Machado Portela; quando retornava trazia farinha, açúcar, café e outros para abastecer o povoado de Umburaninha onde residia com sua família e era proprietário de um “armazém”.
Assim, “D. Ana”, recebia um tratamento respeitoso por parte dos moradores do povoado e arredores, por ser a filha de “Seu Manoel”. No entanto, era uma pessoa humilde. Casou-se com o jovem Lupércio José de Carvalho e mudou-se para a Fazenda Mulungu, no município de Brumado, onde nasceram seus nove filhos.
Com muito desgosto Lupércio e Ana, começaram a despedir-se se seus filhos que após o matrimonio mudavam-se da fazenda para lugares distantes como: São Paulo, Feira de Santana, Livramento de Nossa Senhora, Barra da Estiva e Brumado; objetivando melhores condições de vida. No entanto, esta busca contrariou o desejo dos dois que “sonharam” ver filhos e netos crescendo e se multiplicando naquela fazenda que tanto amavam.
Viveram juntos até 1992, época em que a morte os separou. Só assim, Ana Maria mudou-se para Brumado, onde viveu com sua filha Eufrásia de Carvalho Alves, dez anos. Faleceu em 07 (sete) de outubro de 2002 deixando muitas saudades e ótimos exemplos de como ser uma pessoa íntegra.


REFERÊNCIAS CONSULTADAS


BRITO, Antonio Maurício. Oficina produção científica. Salvador: UNEB/EAD, 2009.
Entrevistada: Sra. Eufrásia de Carvalho Alves, em 06 de junho de 2010.